Síndrome metabólica

A síndrome metabólica é uma doença associada à obesidade, que se refere a um conjunto de fatores de riscos associados às alterações no metabolismo. Trata-se de uma condição que pode levar a várias complicações, como derrame, doenças cardíacas e diabetes.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a síndrome está relacionada a uma mortalidade duas vezes maior do que na população que não apresenta essa condição, bem como um risco de morte por doença cardiovascular até três vezes maior. Por isso, é fundamental obter informações sobre o assunto, para saber identificá-la e buscar ajuda médica aos primeiros sinais.

Neste artigo, vamos esclarecer as principais dúvidas sobre a síndrome metabólica, explicando sobre os fatores de risco, principais causas, sintomas, bem como a prevenção e os tratamentos mais indicados. Continue a leitura para saber mais!

Quem tem risco de desenvolver a síndrome metabólica?
O quadro que caracteriza a síndrome metabólica é mais comum em pessoas que apresentam algumas características, como:

histórico familiar de diabetes;
idade acima de 40 anos;
maus hábitos alimentares, com alimentação rica em carboidratos e gorduras saturadas;
mulheres na menopausa;
sedentarismo;
sobrepeso;
tabagismo.
Segundo estudos recentes, estima-se que a prevalência para a síndrome metabólica na população brasileira ocorre de acordo com os seguintes dados coletados:

entre mulheres (41,8%);
indivíduos com baixa escolaridade (47,5%);
idosos (66,1%).
Quais são as principais causas e fatores de risco?
A síndrome metabólica é provocada por uma combinação de fatores genéticos e ambientais, que envolvem o excesso de peso e o sedentarismo. Além disso, os fatores de risco incluem diversos aspectos, conforme comentamos a seguir.

Alguns medicamentos
Antialérgicos, remédios para doenças inflamatórias, transtornos psiquiátricos e HIV podem contribuir para o aumento de peso ou para alterações na pressão, bem como nos níveis de colesterol e glicose.

Alimentação inadequada
A dieta com alimentos industrializados, ricos em calorias, gorduras saturadas e açúcares, e pobre em fibras, provoca o aumento do peso e contribui para a resistência à insulina.

Obesidade
A obesidade altera a pressão arterial, os níveis de glicose, triglicérides e colesterol, sendo a adiposidade abdominal o fator mais perigoso.

Sedentarismo
Além de contribuir para a obesidade, a falta de exercícios regulares desequilibra o organismo, alterando níveis de glicose, pressão arterial, e contribui para inflamações associadas à doença cardiovascular.

Outros fatores ainda não confirmados
Há, também, alguns fatores que podem estar associados à síndrome, mas ainda precisam ser confirmados cientificamente, como:

estresse — alguns estudos relacionam o excesso de cortisol, hormônio do estresse, à condição de obesidade abdominal e alterações na pressão e na glicemia;
fatores pró-trombóticos e inflamatórios — facilitam a formação de coágulos;
fígado gorduroso — triglicérides em excesso e outras gorduras nesse órgão;
síndrome de ovários policísticos — provoca o aumento de peso e está relacionada a um maior risco para diabetes;
sono insuficiente — dormir quantidade de horas menor que a recomendável ou não repousar profundamente altera os níveis de glicose e aumenta o apetite por alimentos calóricos.
Quais são os sintomas?
Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, os sintomas que caracterizam a síndrome metabólica incluem o excesso de gordura abdominal, com circunferência do abdômen maior que 102 centímetros em homens e maior que 88 centímetros em mulheres. Além disso, o paciente deve apresentar pelo menos três ou mais dos seguintes sinais:

baixo HDL — menor que 40 mg/dl para homens e menor que 50 mg/dl para mulheres;
hipertensão — pressão arterial sistólica maior ou igual a 135 mmHg ou pressão arterial diastólica maior ou igual a 85 mmHg ou superior, ou se está utilizando algum medicamento para reduzir a pressão;
glicemia maior ou igual a 110 mg/dl ou existência de diagnóstico prévio de diabetes;
mal-estar geral;
resistência à insulina;
triglicérides elevados (nível de gordura no sangue), maior ou igual a 150 mg/dl ou em situação de tratamento.
Resistência à insulina
A resistência à insulina, também conhecida como resistência insulínica, é considerada a principal indicação da presença da síndrome metabólica. Essa condição ocorre quando as células do corpo começam a ficar menos sensíveis ao hormônio insulina, cuja função é transformar a glicose em energia ou armazená-la como gordura.

Gradativamente, as células se tornam resistentes ao hormônio, provocando o aumento do açúcar no sangue (glicemia). Nessa condição, o corpo reage liberando cada vez mais insulina, sobrecarregando as células-beta localizadas no pâncreas, responsáveis pela produção do hormônio.

Todo esse processo desencadeia o diabetes tipo 2, no qual as células beta param de produzir insulina suficiente e a pessoa começa a apresentar hiperglicemia.

Como é feito o diagnóstico?
A circunferência abdominal é medida em todas as pessoas porque, mesmo pessoas que não apresentam sobrepeso ou que aparentemente são magras, podem armazenar excesso de gordura abdominal.

Nesse sentido, quanto maior for a circunferência abdominal, maior será o risco de síndrome metabólica e suas complicações. Nos casos em que a circunferência abdominal é alta, os médicos medem a pressão arterial, os níveis de açúcar e a gordura no sangue em jejum.

Como prevenir a síndrome e quais são os tratamentos indicados?
Embora a síndrome metabólica se relacione a uma predisposição genética, ela pode ser prevenida e tratada por meio de uma alimentação saudável, controle do peso e exercícios físicos. A redução do peso é fundamental para o tratamento, visando à diminuição de 5% a 10% do peso corporal inicial.

A alimentação objetiva a diminuição do consumo de gorduras saturadas e trans (hidrogenados), dando preferência às gorduras insaturadas, para reduzir o colesterol ruim. Também é preciso aumentar a ingestão de frutas, hortaliças e leguminosa, diminuir a ingestão de açúcar e acrescentar cereais integrais à dieta.

Além disso, é importante adotar mudanças no estilo de vida, para o controle do estresse, do tabagismo e do alcoolismo, fatores que contribuem diretamente para um coração mais saudável.

Atividades físicas
Em geral, a prática de exercícios físicos deve ser orientada com duração mínima de 30 minutos, de intensidade moderada e com uma frequência de no mínimo cinco vezes por semana.

Tratamento medicamentoso
O tratamento medicamentoso é indicado para os casos em que os resultados foram insatisfatórios com a aplicação de medidas de mudanças no estilo de vida.

Como vimos, embora a síndrome metabólica esteja associada a uma predisposição genética, ela pode ser prevenida e tratada. Para isso, é fundamental se afastar dos fatores de risco, ter um estilo de vida sustentável, praticar exercícios físicos e cuidar da alimentação. Dessa forma, é possível evitar essa e outras doenças, garantindo mais qualidade de vida.

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